Aprovado como comentarista, Giba deixa nova função de lado e mira 2012
GIba foi comentarista convidado da Rede Globo na
decisão da Superliga (Foto: Reprodução Sportv)
Integrante da geração mais vitoriosa do vôlei masculino brasileiro, Giba se acostumou a estar em quadra em decisões. Mas como o Pinheiros, seu ex-clube, já estava eliminado da Superliga masculina, o ponteiro se arriscou na função de comentarista convidado da Rede Globo no último domingo, no jogo entre Sesi e Cruzeiro. Com observações técnicas, o jogador foi aprovado pelo narrador Luis Carlos Júnior. Giba garante que também gostou da experiência, mas prefere pensar nos Jogos Olímpicos de Londres, seu último torneio pela seleção, antes de optar por uma nova carreira após a aposentadoria.
- Foi muito legal. O Luís e o Tande já têm experiência em fazer isso e me ajudaram. Achei que ia ser mais tenso, mas me deixaram muito a vontade. Para mim foi fácil porque, além de ser o meu esporte, sabia tudo o que estava acontecendo. Enfrentamos o Cruzeiro nas quartas, então já tinha estudado os jogadores. E passo o ano todo com metade do time do Sesi na seleção. Foi uma experiência bacana, mas não sei te dizer se levaria como carreira. Hoje estou focado em 2012, no meu último campeonato. Ainda não sei dizer o que vou fazer depois disso.
Giba no Centro de Treinamento de Saquarema
(Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)
Concentrado no Aryzão, Centro de Treinamento de Vôlei, em Saquarema, com outros quatro jogadores pré-convocados por Bernardinho para a disputa da Liga Mundial, o atleta acredita que a competição, primeira entre seleções nesta temporada, servirá como termômetro para a equipe avaliar as pretensões e os adversários para o restante do calendário.
- É sempre uma ótima preparação para os campeonatos que realmente importam, um parâmetro para ver como estamos. Meio que nos acostumamos a estar sempre nas finais, é uma meta nossa estar sempre lá. Temos que ir devagarzinho pensando no projeto de 2012, mas no projeto step by step (passo a passo).
Na próxima segunda-feira, Marlon, João Paulo Bravo, Mário Júnior, Lucas e Leandro Vissotto se juntarão a Giba e companhia nos treinamentos na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Theo, que atua no Japão, e o campeões da Superliga pelo Sesi, Serginho, Sidão, Wallace, Thiago Alves e Murilo, vão integrar o grupo a partir do dia 8 de maio.
Na China, Juliana/Larissa e Talita/Maria Elisa vão às oitavas
Juliana, durante duelo com as porto-riquenhas
Acevedo e Santiago (Foto: divulgação / FIVB)
Juliana e Larissa e Talita e Maria passaram invictas pelo primeiro dia de disputas da segunda etapa do Circuito Mundial de Vôlei de Praia 2011, em Sanya, na China. Cada dupla conquistou duas vitórias nesta madrugada e garantiu vaga nas oitavas de final do torneio. Já Maria Clara/Carolina e Ângela/Lili, com uma vitória e uma derrota, seguem na repescagem.
Pentacampeãs do Circuito Mundial e vencedoras da etapa de abertura da temporada, em Brasília, Juliana e Larissa conseguiram superar as porto-riquenhas Acevedo e Santiago por 2 sets a 1, parciais de 21/15, 18/21 e 15/11, no primeiro jogo do dia. Já na segunda competição, a dupla campeã pan-americana bateu as suíças Kuhn e Zumkehr em dois sets, com parciais de 21/14 e 21/15. Nas oitavas, as brasileiras terão pela frente Keizer/Van Iersel, da Holanda.
- O forte calor atrapalhou um pouco nossa concentração, mas procuramos conversar bastante, durante e após os jogos, o que foi muito importante. Queremos chegar à final mais uma vez e para isso precisamos pensar em um jogo de cada vez - afirmou Juliana.
Campeãs do Circuito Nacional em 2009, Talita e Maria Elisa também confirmaram o favoritismo na abertura da etapa chinesa. Na estreia, a dupla brasileira derrotou Maaseide/Ingrid, da Noruega, por 2 sets a 0 (21/15 e 21/14).
Talita, durante o confronto com as australianas
Bawden e Palmer (Foto: divulgação / FIVB)
Na segunda rodada, a parceria verde-amarela teve um confronto mais equilibrado com as australianas Bawden e Palmer, mas voltou a sair vitoriosa em dois sets, com parciais de 22/20 e 21/18. Nas oitavas-de-final, Talita e Maria Elisa enfrentarão as mexicanas Candelas e Garcia.
- Está fazendo muito calor na China, mais intenso até do que o que costumamos enfrentar quando jogamos no Nordeste do Brasil. Mesmo assim, passamos bem pelo primeiro dia, conseguindo, inclusive virar o primeiro set do jogo contra as australianas. A dupla mexicana é a grande surpresa do torneio. Elas ganharam da Kessy e da Ross, que são as atuais campeãs mundiais e vinham jogando bem. A Candelas é muito alta e sempre merece atenção - analisa Talita.
Maria Clara e Carolina também iniciaram o dia com vitória nas areias de Sanya. A dupla brasileira iniciou sua participação na etapa chinesa vencendo as alemãs Holtwick e Semmler por 2 sets a 0, parciais de 21/18 e 21/15.
Na segunda partida, as brasileiras tiveram um complicado duelo contra as bicampeãs olímpicas e tricampeãs mundiais Kerri Walsh e Misty May, dos Estados Unidos, e acabaram superadas por 2 sets a 0, parciais de 17/21 e 12/21. A dupla segue na disputa, agora na repescagem, onde jogará contra Kolocova/Slukova, da República Tcheca.
- Jogamos bem na primeira partida. Conseguimos quebrar o passe das alemãs e contra-atacar com eficiência. Contra Walsh e May não fomos bem. Tivemos dificuldades com a virada de bola e com o calor. No segundo set, a Carol sentiu-se mal e precisou pedir atendimento médico - conta Maria Clara.
Quarta dupla brasileira em ação nas areias de Sanya, Ângela/Lili traçou caminho oposto ao das irmãs cariocas. Depois de estrear perdendo para Akers/Branagh, dos Estados Unidos, por 2 sets a 1 (21/16, 18/21 e 10/15), a parceria vinda do qualifying reagiu e derrotou as alemãs Goller e Ludwig na segunda rodada em dois sets: 21/19 e 21/17. Na repescagem, Ângela e Lili, que jogam juntas pela primeira vez, lutarão pela sobrevivência no torneio com Bawden/Palmer, da Austrália.
Rodrigão se espelha em Gustavo para seguir no topo e em alta com o chefe
Por Helena Rebello Saquarema, RJ
Rodrigão garante que está em boa forma para a
Liga (Foto: Helena Rebello/Globoesporte.com)
Há mais de uma semana trabalhando no Centro de Treinamento do Vôlei, em Saquarema, Rodrigão garante que está em boa forma. Mesmo tendo ficado mais de um mês longe das quadras após ser dispensado pelo Pinheiros, o meio de rede afirma que o preparo físico não será problema para defender a seleção brasileira na Liga Mundial, a partir do dia 27 de maio, em Porto Rico. Apesar de ainda não ter conversado com o técnico Bernardinho desde que voltou da Turquia, onde defendeu o Ziraat Bankasi nos últimos três meses, o jogador acredita que segue em alta com o chefe.
- Acho que a confiança em mim está boa, porque vou sair de férias nesta quinta e só volto em duas semanas. Se não estivesse ok, não iria me liberar. Ele sabe que estou com cada vez mais vontade de jogar. Se eu estivesse no Brasil, certamente estaria melhor, não teria perdido o ritmo. Trabalhei esse período basicamente para me apresentar bem aqui – disse.
A crença de que pode render ainda mais com a camisa verde e amarela aumenta quando Rodrigão vê Gustavo retornar à seleção. Quase quatro anos mais velho, o companheiro de posição tem um currículo repleto de conquistas, e permite ao colega paulista sonhar com atuações em alto nível após o ciclo olímpico de Londres-2012.
- Me espelho no Gustavo. Ele é exatamente quatro anos mais velho do que eu, então olho para ele e me imagino daqui a um tempo. Do jeito que ele está hoje, acho que dá para continuar jogando por mais um tempo sim. É muito bom tê-lo de novo na seleção, posso captar o que ele tem de bom.
Gustavo serve de inspiração para Rodrigão na seleção brasileira (Foto: Helena Rebello/Globoesporte.com)
Do Pinheiros, mágoa. Da Turquia, boas lições
Liberado pelo Pinheiros em dezembro, junto com o levantador Marcelinho, Rodrigão não esconde que guardou mágoas do episódio. Além do mês que ficou parado até estrear pelo Ziraat Bankasi, o que o meio de rede mais lamentou foi ter sido privado da companhia da família nos três meses em que jogou na Turquia.
Rodrigão no Ziraat Bankasi (Foto: Divulgação)
- Sinto mágoa pelo jeito que aconteceu. Tive proposta para sair depois do Campeonato Paulista, mas não deixaram. Quando me reapresentei, já não me queriam no time. Sinceramente, até hoje não entendo o que aconteceu. Me chateia porque, se tivessem me liberado, poderia ter conseguido outro time brasileiro para jogar. Tive que deixar minha família e meu país por conta de um erro deles. A maior mágoa foi em cima disso: não ter minha esposa, meus filhos e meus pais por perto e passar três meses sozinho.
Apesar das circunstâncias de sua transferência, o central avaliou como positiva sua passagem pelo país euro-asiático. Do próprio campeonato nacional de vôlei aos mais variados aspectos culturais, o atleta diz que a experiência valeu a pena.
- Aprendi muita coisa. O campeonato é bem forte, tanto que o quinto colocado da fase de classificação acabou campeão. Sobre as pessoas, me surpreendi com o respeito dos mais novos pelos mais velhos. Os jovens sempre os cumprimentam, beijam as mãos e tudo. Também nunca tinha visitado uma mesquita e lá tive essa oportunidade. Só com a comida que não me arrisquei muito. Comia o básico em um shopping que ficava embaixo do meu hotel, e só em um jantar comi os pratos locais. Mas não era muito o que gosto – contou.